Imagens de satélite
Objetivos possíveis
- Coletar indícios de desflorestamento ou degradação florestal
- Capturar evidência de irregularidades de empresas no uso da terra
- Registrar e monitorar o valor ambiental da terra ou de áreas florestais
Uma introdução (ou ‘cartilha’) ao uso da tecnologia para monitorar e compartilhar informações sobre problemas das florestas tropicais, direito à terra e direito dos indígenas. Foi criada como um ponto de partida para organizações e ativistas que estão pensando em utilizar tecnologia para realizar melhor seu trabalho de defesa.
Resultou de uma parceria entre a Fundação Rainforest da Noruega e The Engine Room.
Baixe a cartilha completa (1.6MB pdf). ou leia abaixo online.
O que é
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Satélites em órbita ao redor do globo tiram fotos da superfície terrestre, incluindo imagens de florestas ou terras de comunidades.
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Essas fotos podem ser usadas para produzir análises das mudanças em uma área da floresta ao longo do tempo, ou combinadas com outras formas de informações, incluindo outros tipos de mapas.
Como pode ajudar
O custo das imagens de satélite já foi muito alto, e era acessível somente para grandes instituições, o poder público ou grandes corporações. Agora, é facilmente acessível e gratuito (ou muito barato). Comparando imagens regulares da mesma área pode fornecer prova de desflorestamento, tendências como aumento da atividade comercial, ou resultados visíveis de destruição florestal como monoculturas (que seguem padrões de plantio que podem ser vistos do alto).
Ferramentas
Há boas ferramentas de código aberto QGIS é o software GIS mais utilizado. QGIS permite que os usuários adicionem, editem, manipulem e apresentem dados GIS. Seus recursos não são tão avançados como o ArcGIS (veja Aplicativos para celular, acima), leva mais tempo para aprender e é menos estável – mas é gratuito e tem uma comunidade voluntária ativa que fornece assistência técnica. É necessário conhecer linguagens de programação como Python para processos analíticos mais complexos.
Global Forest Watch (GFW) é a ferramenta mais completa para análise de imagens de satélite da cobertura florestal mundial. GFW coleta imagens de satélite de parceiros e libera as imagens para download e reutilização. Analisa automaticamente desflorestamento, fornece sistemas de alarme de incêndio e envia alertas quando ocorrem mudanças em uma determinada área.
Custos
As imagens de satélite podem ser grátis (Earth Explorer ou ferramenta Collect Earth da OpenForis, que analisa dados do Google Earth), enquanto as comerciais custam entre $10 e $50 por quilômetro quadrado, dependendo da qualidade da imagem (Normalmente através de revendedores). Além dos custos de aquisição, analisar imagens de satélite é uma tarefa cara e trabalhosa, que requer um considerável investimento de tempo (para analisar milhares de imagens de alta resolução), recursos (computadores rápidos) e aptidões (especialistas GIS). Global Forest Watch ajuda a preencher essa lacuna, mas falta flexibilidade, assim como as imagens de alta qualidade necessárias para mostrar as mudanças em detalhes (veja resolução, abaixo).
Riscos e desafios
O principal problema com imagens de satélite é a resolução , que atualmente significa qualidade de imagem baixa demais para mostrar mudanças detalhadamente. Global Forest Watch fornece imagens de 50 metros por pixel, que não são muito precisas (também imagens de 30 metros por pixel, mas produz só uma vez por ano, o que nem sempre é rápido o suficiente para ser usado como prova de desflorestamento.) Isso leva ao segundo problema: Atualizações. As imagens normalmente são atualizadas mensalmente, e às vezes anualmente. (Isso pode mudar: empresas como Planet Labs prometeram imagens diárias no futuro, e a Libra fornece dados Landsat a cada duas semanas. O projeto MAAP visa produzir atualizações semanais na Amazônia Andina. Isso é bom para análise histórica, mas às vezes inviável para monitoramento em tempo real ( Fotografia aérea faça você mesmo , na página X, pode ajudar a conseguir imagens mais atuais).
Estudos de caso
Combinando dados de satélite com outras fontes de informações
A organização indonésia de florestas tropicais Warsi combinou dados de mapeamento por satélite obtidos do Landsat Thematic Mapper (Landsat TM) e Advanced Land Observation Satellite (ALOS) com outras fontes de informações para documentar a distribuição do povo Orang Rimba e seu uso dos recursos naturais.
Como isso ajudou?
- Warsi conseguiu combinar os dados do satélite com dados do GPS e mapas digitais a partir da conversão de mapas de papel de concessões de recursos naturais.
- As imagens de satélite eram relativamente caras para a Warsi. As nuvens às vezes cobriram partes cruciais da imagem, o que significa que eles precisam analisar uma série de imagens para conseguir uma boa.
- O Parque Nacional Bukit Duabelas agora fornece aos Orang Rimba direitos de usuário e protege a área formalmente, embora o desflorestamento continue sendo um problema sério na área.
Usando dados de satélite para fornecer prova jurídica de exploração ilegal
Em janeiro de 2015 a Greenomics-Indonesia analisou duas imagens Landsat da NASA (veja a seção de mapeamento por satélite, abaixo) da ilha Pulau Pedang, na costa de Sumatra, identificaram que grandes áreas de floresta de turfa tinham sido devastadas.
Como isso ajudou?
- Greenomics usou as informações para identificar a empresa de papel Asia Pacific Resources International Holdings Limited (APRIL), que prometeu publicamente acabar com o desenvolvimento de nova plantação até janeiro de 2014.
- Greenomics decidiu liberar essas informações para a mídia em inglês, produzindo uma declaração com imagens da reclamação. Em março de 2015, APRIL admitiu publicamente que houve uma violação e suspendeu um empreiteiro e um gerente da plantação.
Outros recursos
- Global Forest Watch é um sistema de alerta de monitoramento de floresta interativo online que fornece informações de satélite e outros tipos de informações: www.globalforestwatch.org
- CLASlite foi criado para fornecer mapeamento e monitoramento de florestas com imagens de satélite de alta resolução atualizado semanalmente. http://claslite.carnegiescience.edu/en/index.html
- O Projeto de Tecnologias Geoespaciais AAAS contém estudos de caso detalhados de imagens de satélite coletadas, categorizadas e analisadas para documentar abusos de direitos humanos. http://www.aaas.org/case-studies
Sobre
Este site foi criado pela Fundação Rainforest da Noruega e The Engine Room como uma introdução ao uso da tecnologia para monitoramento e compartilhamento de informações sobre questões das florestas tropicais, direito à terra e direitos dos indígenas. Baixe a cartilha completa aqui.
Comentários ou perguntas? Entre em contato post@theengineroom.org ou rainforest@rainforest.no.
A Fundação Rainforest da Noruega (RFN) é uma das organizações líderes mundiais de proteção das florestas tropicais com base em direitos. Sua missão é apoiar as iniciativas dos povos indígenas e populações tradicionais das florestas tropicais do mundo de proteção ao seu meio ambiente e garantia de seus direitos, auxiliando-os a:
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Garantir e controlar os recursos naturais necessários para seu bem-estar em longo prazo e a gerenciar esses recursos de formas que não prejudiquem o meio ambiente, violem sua cultura ou comprometam seu futuro.
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E desenvolver meios para proteger seus direitos individuais e coletivos, e obter, modelar e controlar serviços básicos do Estado.
A RFN colabora de perto com mais de 70 organizações ambientais, de direitos humanos e indígenas, locais e nacionais, em 11 países na região Amazônica, África Central, Sudeste da Ásia, e Oceania.
Contribuidores
The Engine Room é uma organização internacional que ajuda ativistas, instituições que promovem mudança social e agentes de mudança a tirar o máximo proveito de dados e tecnologia para aumentar seu impacto. The Engine Room fornece apoio direto a projetos de organizações de mudança social; reúne comunidades para sincronizar as ideias emergentes e conseguir profissionais; além de documentar e publicar descobertas para ajudar qualquer pessoa do setor a tomar melhores decisões sobre o uso de dados e tecnologia.
Tom Walker e Tin Geber pesquisaram e redigiram a história principal, e Ruth Miller liderou o trabalho de design e criação visual. Foram inestimáveis a contribuição e o apoio à edição de Vemund Olsen e Christopher Wilson. O código-fonte do site está disponível em Github.